terça-feira, 20 de janeiro de 2009

ENTRE DOIS LADRÕES

O velho Padre, durante anos, tinha trabalhado fielmente com o povo
africano, mas agora estava de volta a Portugal, doente e moribundo, no
Hospital de S. José. De repente ele faz um sinal à enfermeira, que se
aproxima.

- Sim, Padre? diz a enfermeira.

- Eu queria ver o Primeiro Ministro José Sócrates e o Ministro das
finanças Teixeira dos Santos antes de morrer, sussurrou o Padre.

- Acalme-se, verei o que posso fazer, respondeu a enfermeira.
De imediato, ela entra em contacto com o Palácio de S. Bento e com
José Sócrates. E logo recebe a notícia: ambos gostariam muito de
visitar o Padre moribundo.

A caminho do Hospital, Sócrates diz a Teixeira dos Santos:

- Eu não sei porque é que o velho padre nos quer ver, mas certamente
que isso vai ajudar a melhorar a nossa imagem perante a Igreja, o que
é sempre bom.

Teixeira dos Santos concordou. Era uma grande oportunidade para eles e
até foi enviado um comunicado oficial à imprensa sobre a visita.

Quando chegaram ao quarto, o velho Padre, pegou na mão de Sócrates,
com a sua mão direita, e na mão de Teixeira dos Santos, com a sua
esquerda. Houve um grande silêncio e notou-se um ar de pureza e
serenidade no semblante do Padre.

Sócrates então disse:

- Padre, porque é que fomos nós os escolhidos, entre tantas pessoas,
para estar ao seu lado no seu fim ?

O velho Padre, lentamente, disse:

-Sempre, em toda a minha vida, procurei ter como modelo o Nosso Senhor
Jesus Cristo.

-Amém, disse Sócrates.
-Amém, disse Teixeira dos Santos.

E o Padre continuou:

-'Então... como Ele morreu entre dois ladrões, eu queria fazer o
mesmo...!!!'

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