terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A RAÇA DO ALENTEJANO

Como é um alentejano? 
É, assim, a modos que atravessado.
Nem é bem branco, nem preto, nem castanho, nem amarelo, nem vermelho....
E também não é bem judeu, nem bem cigano. 

Como é que hei-de explicar?!
É uma mistura disto tudo, com uma pinga d'azeite e uma côdea de pão.

Dos amarelos, herdámos a filosofia oriental, a paciência de chinês e aquela paz interior do tipo "não há nada que me chateie"; 
dos pretos, o gosto pela savana, por não fazer nada e pelos prazeres da vida; 
dos judeus, o humor cáustico e refinado e as anedotas curtas e autobiográficas; 
dos árabes, a pele curtida pelo sol do deserto e esse jeito especial de nos escarrancharmos nos camelos; 
dos ciganos, a esperteza de enganar os outros, convencendo-os de que são eles que nos estão a enganar a nós; 
dos brancos, o olhar intelectual de carneiro mal morto;
dos vermelhos, essa grande maluqueira de sermos todos iguais.

O alentejano, como se vê, mais do que uma raça pura, é uma raça apurada.
Ou melhor, uma caldeirada feita com os melhores ingredientes de cada uma das raças.
Não é fácil fazer um alentejano.
Por isso, há tão poucos.

É certo que os judeus são o povo eleito de Deus.
Mas os alentejanos têm uma enorme vantagem sobre os judeus: 

nunca foram eleitos por ninguém, o que é o melhor certificado da sua qualidade.

Conhecem, por acaso, alguém que preste, que já tenha sido eleito para alguma coisa?
Até o próprio Milton Friedman reconhece isso, quando afirma que 

«as qualidades necessárias para ser eleito são quase sempre o contrário das que se exigem para bem governar».
E já imaginaram o que seria o mundo governado por um alentejano?
Era um descanso....

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